Sobre o furto de peças sacras na Matriz e Basílica de Nossa Senhora do Pilar de Ouro Preto
No dia 02 de setembro de 1973, Nossa Senhora do Pilar, Rainha e Padroeira de Ouro Preto, teve seu templo profanado por criminosos que daqui levaram objetos de culto pertencentes a História de Ouro Preto e de sua Comunidade Religiosa.
Os ladrões levaram objetos de valor incalculável, considerado, na época, como o maior atentado contra o Patrimônio Histórico de Minas Gerais. Objetos únicos, singular em preciosidade e importância histórica que teriam sido produzidos e utilizados na grande festa que inaugurava o Templo da Virgem do Pilar, atual Basílica do Pilar, em 24 de maio do ano de 1733: O Triunfo Eucarístico.
Muitas foram, por anos, as tentativas para recuperação em investigações pessoais e com organismos de segurança pública, numa busca incansável do Padre Simões que na época atribuiu culpa a “máfia de inescrupulosos e nojentos colecionadores e antiquários que contam com a cretinice e comprometimento de muitas autoridades” para praticar estes “atentados” contra a cultura e religiosidade do nosso povo.
Muitas foram as “Missas de Protesto”, as campanhas, os panfletos e as diversas formas de manifestação e organização do nosso povo, os da terra e os que amam Ouro Preto. Hoje, ainda os sinos dobram, nessa data, como um choro continuado, revivendo e tornando viva, na memória de todos nós, esses lamentos de esperança.
Não perdemos as esperanças de que estes objetos sacros, artísticos e históricos possam retornar, um dia, para Ouro Preto e para a Comunidade Paroquial do Pilar. Renovamos nossa confiança e fazemos um renovado apelo aos órgãos de Segurança Pública, ao Ministério Público Estadual e à Polícia Federal para que, mesmo depois de tantos anos, continuem com as investigações no desejo, que é uníssono em nossa Ouro Preto, de que estas peças históricas, bens de nossa memória religiosa e artística, possam retornar à sua origem, à Casa da Mãe e Padroeira, a Senhora do Pilar e à cidade primeira, no Brasil, Patrimônio Cultural da Humanidade, nossa querida Ouro Preto.
Nossos sinos dobram, passados quarenta e sete anos, e continuarão a dobrar… São lamentos de esperança!
Museu de Arte Sacra e Paróquia Nossa Senhora do Pilar