Aos 99 anos, cônego Agostinho de Lourdes Coimbra Oliveira celebrou os seus 75 anos de vida sacerdotal na noite desta terça-feira (26), na igreja Cristo Rei, em Ouro Preto. A celebração foi presidida pelo bispo emérito de Oliveira, Dom Francisco Barroso Filho, e contou com a presença do bispo de São João Del Rei, Dom José Eudes Campos do Nascimento, do bispo auxiliar de Belo Horizonte, Dom Geovane Luís da Silva, de vários padres, amigos e familiares. Os 14 anos de ministério diaconal do diácono Fabio Márcio de Freitas e do diácono Pedro Barbosa também foram lembrados na missa de ação de graças.
“Hoje, com alegria, nos reunimos para uma celebração festiva, onde estamos agradecendo a Deus pelos 75 anos de vida sacerdotal do nosso amigo e colega do sacerdócio, cônego Agostinho”, disse Dom Barroso.
Ele continuou a homilia dizendo que cônego Agostinho nasceu em Senhora de Oliveira (MG) no dia 4 de abril de 1920, onde recebeu de seus pais uma sólida formação cristã. “Sentindo-se chamado por Deus, ele deixou a casa paterna e ingressou no seminário da arquidiocese de Mariana onde terminou o curso de humanidade, o curso de filosofia e o curso teologia. Posteriormente, formou-se em direito pela Faculdade de Conselheiro Lafaiete. Ordenado sacerdote, aos 26 de novembro de 1944, exerceu com admirável eficiência o ministério sacerdotal em várias paróquias, tornando-se pároco emérito de Cristo Rei, paróquia da qual foi o primeiro pároco e onde deixou marcas indeléveis. Paróquia que sempre o acolhe com muito carinho e gratidão”, afirmou Dom Barros. Ele completou dizendo que “como conhecedor do direito canônico, o dedicado sacerdote, cônego Agostinho, prestou relevante colaboração a arquidiocese, exercendo com eficiência a função de co-juiz do Tribunal Eclesiástico”.
Segundo Dom Barroso, a Paróquia de Cristo Rei foi preparada para o cônego Agostinho. “Coube ao então pároco de Nossa Senhora da Conceição, o cônego José Francisco, que se tornou o primeiro bispo de Itumbiara, e ao então vigário paroquial, o padre José Francisco Barroso, que vos fala, a honrosa incumbência de preparar, com carinho, essa região do Saramenha, que foi transformada em paróquia para acolher o seu primeiro pároco”, destacou.
O bispo emérito de Oliveira sublinhou que cônego Agostinho foi sempre um grande amigo. “Na ocasião de minha ordenação sacerdotal, no dia 1 de dezembro de 1957, eu o escolhi para ser o meu padrinho de ordenação por causa dessa amizade”, disse.
Dom Barroso também afirmou que cônego Agostinho, nestes 75 anos de vida sacerdotal, escreveu páginas gloriosas de evangelização, de ação missionária. Mostrando-se assim, um autêntico porta voz da Igreja. “O testemunho de vida sacerdotal do cônego Agostinho, sobretudo a sua perseverança é um convite a todos nós, sacerdotes, sobretudo aos neo sacerdotes e os que se preparam ao sacerdócio. É um convite a seguir sempre avante, sem reclamar ou retroceder na certeza de que estamos cumprindo o caro mandato do Senhor, que nos escolheu e nos enviou”.
Para os padres presentes, Dom Barroso ressaltou que é preciso fixar o olhar o em Jesus Cristo. “Somos seus discípulos, ele um dia nos atraiu, nos chamou e nos fez um convite para segui-lo. Aproveitemos essa celebração, do Jubileu Sacerdotal do cônego Agostinho, para renovar o nosso encontro com o mestre, como se fosse o primeiro encontro, naquele encontro em que Ele nos alcançou e nos transformou”, afirmou.
A celebração de ação de graças foi abrilhantada pelo Coral Cristo Rei, que foi fundado pelo cônego Agostinho. No final da missa, o vigário episcopal da Região Norte, cônego Nedson Pereira, entregou uma placa comemorativa ao cônego Agostinho e agradeceu a ele. “Muito obrigada pelo seu testemunho de fé e vida, de humildade e amor à Igreja de Jesus Cristo. Este testemunho muito edificou a vida desta paróquia e deixou marcas profundas nela. E edifica a nossa arquidiocese”, disse cônego Nedson.
Antes da benção final, o homenageado agradeceu a todos os presentes. “Sou um homem de sorte, beneficiado pela graça de Deus em ser sacerdote. Peço que continuem rezando por mim. Agradeço a todos os colegas e a todos os presentes”, afirmou cônego Agostinho.
Homenagens
Para Dom José Eudes celebrar os 75 anos de vida sacerdotal do cônego Agostinho é lembrar de um belo exemplo de vida para todos os ministros ordenados, sobretudo no seu exemplo da humildade e da dedicação a vida da Igreja. “Eu aprendi muito com cônego Agostinho no tempo em que fui pároco, na paróquia Santa Efigênia, em Ouro Preto, onde ele foi essa presença marcante e grande ajuda no meu ministério sacerdotal. No qual eu agradeço por todo a sua vida, seu ministério e sua missão. Para a nossa arquidiocese de Mariana, ele é um grande exemplo de sacerdote”, disse.
Segundo Dom Geovane participar da celebração de ação graças foi um honra. “Uma verdadeira celebração de gratidão a Deus pelo Dom da vida do cônego Agostinho. Um pároco sempre zeloso, que soube conservar ao longo de sua vida o vinho bom do amor e da ternura para com as pessoas. Essa é a características do cônego Agostinho. Amor e ternura para com o próximo. E também o seu encanto pela arte, especialmente, a música sacra em Ouro Preto. Essa cidade é realmente devedora a ele pelo exercício fiel de sua missão. Para mim foi uma honra participar desta celebração. Eu iniciei meu ministério em Ouro Preto e me lembro que ainda quando diácono, o primeiro matrimônio que assiste foi na matriz do Antônio Dias e de repente eu me assustei, porque no coro do Santuário estava o cônego regendo o coral Cristo Rei e eu como diácono, assistindo o matrimônio. Ele marca profundamente a caminhada eclesial desta arquidiocese”, relatou.
“Este dia é muito importante para a paróquia e toda a comunidade”, disse o pároco de Cristo Rei, padre Magno José Murta. “Cônego Agostinho chegou em nossa paróquia em 1960, quando ela foi criada por Dom Oscar de Oliveira. Na época, as coisas eram bem difíceis, porque ele estava instalado em uma paróquia e foi para uma paróquia que estava sendo criada. Hoje, celebrar os seus 75 anos, nos inspira, também, a sermos desprendido. Quando ele fez 50 anos de vida sacerdotal, ele entregou a paróquia, não ficou fazendo resistência. É importante a gente tomar esses exemplos e no momento certo a gente saber entregar as atividades. Esses 75 anos são de inspiração para todos os sacerdotes, não só da arquidiocese, mas da Igreja”, afirmou padre Magno.
Em mensagem enviado ao Departamento de Comunicação, padre Miguel Ângelo Fiorillo destacou que celebrar o aniversário de ordenação sacerdotal do cônego Agostinho é celebrar a vida. Ele também destacou que “a cidade de Ouro Preto é abençoada pela sua constante presença e pelo seu zelo em todos os campos no exercício do Ministério Sacerdotal, bem como os outros trabalhos periféricos, sua solicitude e sabedoria pastoral e bem como seus prudentes e sábios conselhos sempre direcionados para o rumo certo”.
Gisélia Maria Ribeiro Brandão Maia, que faz parte do Coral Cristo Rei, conta da alegria de participar da celebração.“É muita emoção estar na grande festa e cantar na celebração eucarística em ação de graças pelos 75 anos de Ordenação Sacerdotal do cônego Agostinho e 14 anos do diaconato do diácono Fábio. Participando da celebração, passou um filme em minha memória do dia 01 de março de 1964, quando ele chegou e nós cantamos para ele. Desde 1964, quando o padre Agostinho assumiu a Paróquia de Cristo Rei e criou o coral, eu tenho a honra de participar. Era um grupo de admiradores da boa música. Tinha operários da Aluminas, donas do lar e jovens estudantes. Fomos aprendendo com o padre e a organista Dayse as técnicas vocais. Crescemos como coral e apresentamos música com qualidade. Aprendemos a honrar com os compromissos. Nosso coral tem se evidenciado ao longo dos anos, pelo brilhantismo nas comemorações sacras”, lembrou.